sábado, 10 de abril de 2010

POEMAS

Pessoal pode parecer estranho.
Como pode um cara bossal e tosco como eu, aficcionado por um esporte "violento", meio troglodita, etc, possa gostar de poesia.
Pois é.... eu gosto, e não só gosto como também me aventuro a fazer as minhas.
Bom ai em baixo vou postar uma minha mesmo e outra LINDÍSSIMA de Rudyard Kipling.
Lá vai.....

UMA CERTEZA

Tenho certeza que não vou te deixar

Ainda que o sol escureça

Que toda a claridade do dia

De forma aterradora enegreça

Meu coração muitas vezes cheio de medo

Correndo para os teus braços

Sempre há de voltar

Como o filho que pula no vazio

Cega e displicentemente

Sem a nada temer

Somente olhando pra frente,

Sem com nada se importar

Assim desejo ardentemente ser

Confiando no teu amor

Jamais vou me abalar

Assim como a um amigo íntimo

Confia-se um segredo

Em tuas mãos deposito

Com absoluta confiança

Todos os meus medos

Mesmo quando angustiado e triste

E por vezes tomado pelo pranto

Ainda assim sei que nos teus átrios

Sempre hei de achar conforto e acalanto

És aquele em quem sempre encontro o ânimo

Aquele em que temos a força para continuar

Aquele que sempre está pronto a perdoar

Aquele que nos levanta do chão e nos faz recomeçar

Aquele que nos pega pela mão,

Enxuga nossas lágrimas

E outra vez, nos ensina a caminhar

João Ricardo


Se


Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
e a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

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