UMA CERTEZA
Tenho certeza que não vou te deixar
Ainda que o sol escureça
Que toda a claridade do dia
De forma aterradora enegreça
Meu coração muitas vezes cheio de medo
Correndo para os teus braços
Sempre há de voltar
Como o filho que pula no vazio
Cega e displicentemente
Sem a nada temer
Somente olhando pra frente,
Sem com nada se importar
Assim desejo ardentemente ser
Confiando no teu amor
Jamais vou me abalar
Assim como a um amigo íntimo
Confia-se um segredo
Em tuas mãos deposito
Com absoluta confiança
Todos os meus medos
Mesmo quando angustiado e triste
E por vezes tomado pelo pranto
Ainda assim sei que nos teus átrios
Sempre hei de achar conforto e acalanto
És aquele em quem sempre encontro o ânimo
Aquele em que temos a força para continuar
Aquele que sempre está pronto a perdoar
Aquele que nos levanta do chão e nos faz recomeçar
Aquele que nos pega pela mão,
Enxuga nossas lágrimas
E outra vez, nos ensina a caminhar
João Ricardo
Se
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
e a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
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